A REVOLUÇÃO DE GRANADA E A PARTICIPAÇÃO DE PAULO FREIRE NO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO

Resumo

Paulo Freire participou ativamente na construção de programas nacionais de alfabetização e de ação cultural em distintas regiões, países e culturas do planeta. Foi convidado para esses lugares porque a sua proposta político-pedagógica procura que o ser humano encontre o seu lugar na cultura e na história a partir da educação. Trata-se de uma educação cujo elemento medular é o diálogo, onde todos e todas as participantes possam, a partir da palavra, enunciar o mundo e encontrar nele, e em si próprios, os elementos que possibilitam uma práxis revolucionária cujo objetivo é a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Um dos países onde Freire participou na reformulação dos princípios educativos nacionais, e das orientações didáticas, é Granada. Este país, vítima da sanguinária invasão europeia de inícios da Idade Moderna, do infame processo de escravização de indígenas e de pessoas roubadas da África, e que logo sofreu do jugo da administração oligárquica britânica, nos anos 70 foi capaz de desenvolver uma das revoluções mais organizadas e culturalmente ricas da América. Nesse processo, Freire é chamado pelos líderes revolucionários granadinos, entre os quais Bishop e Creft, para colaborar na reconstrução do sistema escolar nacional. Nesse contexto, este artigo tem como objetivo descrever, expor e fundamentar essa inédita experiência.