v. 5 (2021): Pela estrada dos tijolos amarelos
Pela estrada dos tijolos amarelos
E chegamos ao volume 5 da LUDUS SCIENTIAE. E a gente não se esconde, não. Foi sofrido, foi ansioso, foi trabalhoso, foi contraditório, foi livre, foi voluntário e foi doído. Outras pessoas em outras épocas já escreveram que é o mar revolto que faz bons marinheiros. Mas entendemos que esse mar revolto poderia ser ao menos mais lúdico para facilitar nossa vida, ou que balançasse menos, para que pudéssemos, agitados, felizes e contentes, jogar jogos de tabuleiro, com risadas ao vento, com a brisa no rosto e o lúdico na mente.
O Brasil nunca foi para amadores. Mas é governado por eles. Ainda bem que temos a LUDUS, pois não temos avaliação quadrienal, não temos a certeza de um QUALIS, não temos financiamento para a ciência, não temos governo. Por mais que esse ano nos entregue a impressão de que não temos nada, não é com esse sentimento que aqui nos colocamos para nossos leitores, autores e avaliadores.
Nós temos, sim. Uns aos outros. Pessoas que acreditam no nosso trabalho, mas que também acreditam em si mesmas. Nós somos e temos essas pessoas em nossa companhia. E por termos e sermos, temos liberdade e voluntariedade de mudar. Temos a liberdade e voluntariedade de errar. E assim como estas são características lúdicas, a ansiedade e a ludicidade brilhante de acertar também o são, como bem nos descreve Johan Huizinga em sua obra Homo Ludens.
E do verbo esperançar, veio a vacina. Não temos nenhum receio em dizer que foi a ciência, representada pelas vacinas, a grande vencedora do ano de 2021. Caiu drasticamente o número de mortos e infectados e o Brasil, terra de comunistas católicos, funcionário público privatista, professores apolíticos, ainda bem que também conta com antivax que se vacinam.
E a LUDUS é também uma representante da ciência que é realizada no Brasil. Não há como vacinas serem descobertas sem a ciência de base na escola, sem estratégias que possam levar a ciência aos estudantes, sem alternativas que mostrem o quanto a ciência pode ser prazerosa, divertida e permitida para qualquer cidadão. O lúdico também é ciência. A ciência também pode ser lúdica.
A ciência, os pesquisadores, as vacinas nos permitiram ser esperançosamente lúdicos para os anos vindouros. É óbvio que as coisas não estão fáceis, mas não podemos nos permitir parar. Precisamos respirar e continuar caminhando, juntos, ludicamente esperançosos.
E para continuar nossa caminhada no sonhado caminho de tijolos amarelos em busca da eterna redenção, a LUDUS vem diferente, em fluxo contínuo, em volume único, inundando a todos e todas. Vem jogando, em todos os sentidos da palavra, mais conhecimento para a comunidade científica brasileira.
Essa é uma mudança que na verdade, não muda. É externa, é de vaidade, é de arrumar o cabelo, de se maquiar, colocar uma gravata. Pois o que é interno, o que é de nossa alma está do mesmo jeito.
E do verbo esperançar, esperamos que vocês continuem a caminhar conosco, firmes, segurando nossas mãos, como se estivéssemos brincando em um grande e divertido parque de diversões. Não é que não saibamos que o mundo exterior existe e nos oprime, mas é por saber disso, que precisamos seguir juntos, rumo ao carrossel, ou à roda gigante. Deixemos o trem fantasma para outra oportunidade.
Um “Lulante” 2022!
Editores Lúdicos